Suìcidio: O Nùmero cresce Assustadoramente

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Todos os dias nos deparamos nos jornais, blogs pela internet com a notìcia que alguém colocou fim em sua pròpria vida. Acredito que em cada 10 pessoas pelo mundo à fora, nove jà perderam alguém para o suicìdio. Difìcil saber o que se passa na cabeça de um jovem que tem toda uma vida pela frente e que em um momento de desepero, no auge de sua dor, tira sua pròpria vida. Muitos passam por problemas sérios de depressão, mais ningém sabe, ninguém se importa. E quando sabemos da morte, dizemos: como pode, ela(a) era tão alegre, aparentava ser tão feliz. Esse é o problema, não prestamos atenção aos nossos pròximos, sempre tem algo mais importante a ser feito...e quando nos damos conta é tarde demais. 

Em 2013, uma adolescente gaúcha de 16 anos se matou depois que fotos íntimas dela foram divulgadas na internet. Após alguns meses, outra garota, de 17 anos, se suicidou no Piauí pelo mesmo motivo. Aos 19 anos, a estudante Bruna Andressa Borges, acabou chocando o Brasil inteiro com um ato que cometeu.  Muitos outros casos acabam abafados, mas as estatísticas confirmam o crescimento.  

Pesquisas feitas pelo  sociólogo Julio Jacopo Waiselfisz revelam que  entre 1980 e 2012, as taxas de suicídio cresceram 62,5% na população em geral. Na faixa etária dos 15 aos 29 anos, a média aumenta em ritmo mais rápido do que em outros segmentos. São 5,6 mortes a cada 100 mil jovens (20% acima da média nacional). Ainda segundo o sociòlogo  o aumento do número de mortes de jovens está na contramão do observado em países da Europa ocidental, Estados Unidos e Austrália, onde os índices vêm caindo. “Os suicídios vêm crescendo à sombra dos dois gigantes de nossa mortalidade violenta: os acidentes de trânsito e os homicídios. É preciso jogar luz sobre esses dados."

Outro estudo da OMS(Organização Nacional de Saùde) que trabalha com a prevenção ao suicìdio  em várias partes do mundo, ajuda a compreender o fenômeno. O projeto envolveu um inquérito em nove cidades dos cinco continentes – no Brasil, foi em Campinas (SP), com 515 pessoas. A pesquisa identificou que, ao longo da vida, 17% das pessoas haviam pensado seriamente em suícidio, 5% tinham chegado a elaborar um plano para tanto e 3% efetivamente haviam tentado se matar. De três pessoas que tentaram o suicídio, apenas uma foi atendida em um pronto-socorro.

“As tentativas são mais comuns entre os mais jovens, que tendem a usar métodos de menor letalidade. Geralmente estão enfrentando situações de conflito interpessoal e têm menor estabilidade emocional e mais impulsividade”, explica Botega, coordenador do projeto no Brasil.

Mais porquê nossos jovens estão tirando suas pròprias vidas? Quem tem filhos adolescentes sabe que eles influênciàveis e na grande maioria impulsiveis. Não possuem maturidade sufciciente para lidar com as perdas, com o estresse, com as frustrações.  Na maioria das vezes, porém, eles são passageiros, não indicam psicopatologia ou necessidade de intervenção. No entanto, pensamentos dessa natureza mais intensos e prolongados, associados a um quadro de crise aguda, podem aumentar o risco de um jovem ir às vias de fato. Entre as principais causas de crises que poderiam desencadear o suicídio entre jovens estão baixa autoestima, histórico de abusos (incluindo aí o bullying), problemas para lidar com a própria sexualidade e reflexos da superproteção. E geralmente quem comete sucidio està passando por um sofrimento psicologico que pensa que não tem como sair disso. E o mesmo acha que ninguém pode ajuda-lo. 

De acordo com a OMS, é possível prevenir 90% dos casos se houver condições de oferecer ajuda. E, diferentemente do que apregoa o senso comum, discutir o problema é uma boa estratégia para combatê-lo. Mas a ideia de que falar sobre pessoas que se mataram pode induzir a fazer o mesmo não tem fundamento, segundo Botega: “Questionar, de modo sensato e franco, ideias de suicídio fortalece o vínculo com uma pessoa, que se sente acolhida e respeitada por alguém que se interessa por seu sofrimento”.

Assim, os pais podem (e devem!) falar sobre o assunto. Se não aparecer espontaneamente, ele pode ser introduzido de modo a deixar claro que certas coisas acontecem e que devemos conversar sobre elas. É possível dizer frases como: “Algumas vezes, quando nos sentimos mal, pensamos que seria melhor não ter nascido ou que seria preferível morrer. Você já teve pensamentos desse tipo?”. É fundamental ouvir com atenção e respeito, sem julgamento ou censura e sem preleções morais ou religiosas. E nunca, jamais achar que depressão é frescura, ou coisa de preguiçoso. Diàlogar, tentar entender e se colocar no lugar do outro é muito importante. 

E preste bastante atenção aos sinais de um jovem com tendências suicidas: 

  • Alterações significativas na personalidade ou nos hábitos;
  • comportamento ansioso, agitado ou deprimido;
  • queda no rendimento escolar;
  • afastamento da família e de amigos;
  • perda de interesse por atividades de que gostava;
  • descuido com a aparência;
  • perda ou ganho repentinos de peso;
  • mudança no padrão usual de sono;
  • comentários autodepreciativos recorrentes ou negativos e desesperançosos em relação ao futuro;
  • disforia (combinação de tristeza, irritabilidade e acessos de raiva);
  • comentários sobre morte, sobre pessoas que morreram e interesse pelo assunto;
  • doação de pertences que valorizava;
  • expressão clara ou velada de querer morrer ou de pôr fim à vida.

Que cada um possamos olhar mais ao nosso redor, prestar atenção aos nossos filhos, pais, amigos, que as vezes num gesto silêncioso nos pede ajuda, mais estamos tão preocupados com nosso pròprio umbigo que não vemos o chamado.

 

 

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